quarta-feira, 5 de junho de 2013

A censura contra o preconceito, em uma voz pública! Será que agora vai?!

Hello Catitas...

   Para quem assiste a novela das nove "Amor à vida", já deve ter visto a "polêmica" personagem de Fabiana Kharla (Perséfone), uma enfermeira gordinha, encalhada e virgem, que tem dado muito o que falar nas redes sociais. Tamanho foi a revolta das gordinhas de plantão, que a indignação da galera acima do peso chegou aos ouvidos do autor da novela, Walcyr Carrasco. O mais bacana foi a postura dele diante à critica, respondendo na revista ÉPOCA sobre o assunto. Leiam, vale a pena!


WALCYR CARRASCO
É jornalista, autor de livros,
peças teatrais e
novelas de televisão.

Acordei com uma avalanche de mensagens no Twitter. O motivo é a personagem Perséfone, uma enfermeira acima do peso, interpretada por Fabiana Kharla, na minha novela Amor à vida, da TV Globo. Aqui não costumo falar do meu trabalho em novelas. Desta vez, não resisti. A maioria dos tuiteiros pedia que eu mudasse o destino dela – embora, por estar no início da história, eu não tenha contado o que acontecerá. Uma mulher me escreveu uma longa carta dizendo que é gorda, sim, e sofre discriminação. É um assunto pouco discutido, mas real. Acredito que atualmente gordos são mais discriminados que os negros. Já vivi isso na pele, porque já fui praticamente obeso. Perdi vários quilos, continuo gordinho, mas nada como antes. Na época, era uma tortura entrar nas lojas. Perguntava:

– Posso experimentar aquela camisa ali?

A vendedora me lançava um olhar de alto a baixo e respondia, com um sorrisinho de desprezo:

– Não temos seu número.

E corria atender outro cliente – vendedor sempre quer se ver livre de quem não vai comprar.
Se eu já era cliente e a “extra large” não fechava no umbigo, o vendedor dava uma desculpa esfarrapada:

– É que esse modelo veio com corte slim.

Muitas vezes, pensei em entrar numa loja de camping e comprar uma barraca para usar como túnica.
Acredito que atualmente
os gordos são mais
discriminados que os negros.
Já vivi isso na pele  
Ainda mexem comigo por ser gordinho e ter barriga. Os tuítes recebidos fizeram-me refletir sobre a discriminação intensa com os gordos. A gordura sempre é encarada como desleixo. Alguém pode ter um problema hormonal ou de qualquer outro tipo. É visto como preguiçoso. Gula existe. Tenho vocação para gordo, porque gosto de comer. Um amigo obeso é capaz de comer um queijo inteiro antes do jantar. Existe a compulsão pela comida, que merece tratamento. Muitos magros sofrem da mesmíssima gulodice. Só que a genética, para eles, deu sorte. Há quem devore um leitão inteiro e não ganhe 1 quilo. Para outros, como eu, basta respirar que o ar já engorda!

Ser gordo virou crime. Um brigadeiro já dá sentimento de culpa. Outra noite, em seu programa, Jô Soares disse que o gordo é tão discriminado quanto o anão.

– O anão não alcança. O gordo não cabe.

Exemplificou com as poltronas de avião. O gordo senta e já está encaixado. Nem precisa de cinto de segurança. Ou pior:

– É impossível se virar dentro de um banheiro de avião! Se entra de frente, todo mundo já sabe que vai fazer xixi.

A gorda é sempre aquela que se torna a melhor amiga das outras garotas. Enquanto as outras se divertem com o sexo oposto, ela se afoga na rejeição. Um trauma. A gorda passa a vida tentando resolver, enquanto aumenta de peso ainda mais, de tanto comer doce para passar a ansiedade.

Às vezes, gostaria de ter nascido nos tempos de Buda. É o único gordo reverenciado, apesar da barriga.

O mundo atual exalta os magros. A anorexia, em vez de distúrbio, está se tornando virtude. Eu, que convivo no meio de atrizes e modelos, vejo moças esqueléticas. Quando assisti ao filme A troca, com Angelina Jolie, me senti até mal com sua magreza. Insistem que é a mulher mais bela do mundo!

Sutilmente, nos empregos, gordos perdem as vagas para magros. Hoje em dia, quando se convocam candidatos, não se fala tanto no quesito “boa aparência”. Mas ele está lá, presente na cabeça de quem contratará. O gordo tem de ser dez vezes melhor para ter sua chance. E, mesmo assim, olha lá. Gordo é contratado em academia? Como vendedor em loja de grife?

Obesidade pode ser uma questão de saúde. Ou de reeducação alimentar. Mas não pode se tornar um problema de rejeição social. Acima de tudo, obrigar as pessoas a se tornar magérrimas em nome de um conceito de beleza, não é estranho?

E o pior: muitos gordos passam a acreditar que jamais serão amados. Quando encontram alguém, agem como se estivessem recebendo um favor. Os homens têm mais sorte. Mulheres gordas convivem demais com a rejeição. O lado mais cruel dessa rejeição é que ela se torna piada. Dois rapazes se encontram, um diz, espantado:

– Você saiu com a gordinha?
– Fiz uma caridade.

A exigência de magreza se tornou opressiva. Ser gordo virou um anátema. É mais um preconceito, entre os muitos de nossos tempos. E a personagem de Fabiana Kharla, que inspirou este texto? Ahhh... prometo surpresas, mas não conto o final da novela. Garanto: um dia as gordinhas me agradecerão. 
Perséfone (Fabiana Kharla) de "amor à vida"
     Gostei bastante da resposta dele e da reflexão sobre o assunto! Espero ansiosa o destino da personagem na novela, já que ele prometeu reviravoltas! Afinal, porque uma gordinha, não pode ser desejada e fazer sucesso com a ala masculina?! Eu sempre fui gordinha e nunca fui "encalhada" muito pelo contrário!
     Chega desse esteriótipo preconceituoso de que gordinhas só servem para serem amigas das magras "gostosas" que se divertem com os homens, enquanto nós (gordinhas) mesmas vivemos sofridas, encalhadas e à sombra do sucesso das amigas! Existem casos desse tipo na vida real, sim, mas também existem casos de gordinhas muito bem sucedidas em todos os aspectos da vida! Assim como existem mulheres magras e bonitas que não fazem o menor sucesso com os homens! Espero de verdade, que dessa vez, em uma novela tão popular, esse esteriótipo tenha um final diferente e menos preconceituoso. Não sei se mudará alguma coisa na vida real, mas pelo menos nos fará mais feliz ver uma personagem tão comum na vida real, ter um final muito feliz na telinha da TV. Que ela BEIJE muito, PEGUE muito e faça muito SUCESSO com os gatos do hospital. E nos represente da forma como merecemos! Porque não?!
Por hora é só!
Bejinhus meus...

Ps* No post anterior (http://angelicapimenta.blogspot.com.br/2013/06/fofinha-delicia-vamos-de-pagodinho-pra.html), tem a trilha da personagem, gravada pelo grupo Sorriso Maroto. No vídeo, a atriz participa do show cantando e dançando a música de sua personagem. Vale a pena conferir, tá bem legal!

2 comentários:

  1. ADOOOOOOOOOOOOOOOOOOREIIIII!!!!! Ele esta certissimo na sua colocação, vc teve muita sorte em sempre ter sucesso com os homens Angelica, vai ver que isso foi um reflexo da tua autoestima, coisa muito rara no meio da obesidade, eu por exemplo tbem nunca fiquei encalhada, prova disso são os 3 casamentos né ...kkkkk.. mas confesso que só me sentia bonita e atraente qdo estava menos gorda, por exemplo agora no estado que eu estou jamais vou paquerar, não consigo enxergar que outras pessoas (homens) possam me desejar como mulher, isso é o reflexo de uma baixa autoestima, tenho uma amiga gorda, peituda que se axa o maximo, ela se senti linda, e ela atrai muitos homens, mas isso são casos rarissimo no meio da obesidade, pois tenho outras amigas gordinhas que não ficam com ninguem em nenhuma balada, porque será??? vai ver q elas como eu , já se sentem inferiorizadas por serem gordas. E olha q sou uma gorda simpatica ....kkkkkkkkk ..

    Beijinhos Angeee....

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    1. rs. É Lis, parece bobagem às vezes, mas aquele velho e batido ditado "se você não se amar, ninguém o fará", faz todo sentindo! Você acaba refletindo por fora, aquilo que é por dentro! E isso não é exclusividade de pessoas acima do peso não, pois conheço mulheres magras e bonitas, que não conseguem namorado de forma alguma, pois não se sentem bem com elas mesmas porque estão sempre se pondo pra baixo! O que afasta os homens nem sempre tem a ver com a aparência e sim com a atitude! Atitude é tudo!rs.
      Um beijo!

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